quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014
SAUDADES....
Amanhã fazem onze meses que minha mãe faleceu. A presença dela ainda não desgrudou daqui. A casa é outra. Mas foi escolhida, adaptada, pensada, organizada, modificada na medida exata especialmente pra ela. E para recebê-la. E ela não desfrutou nem 1 semana.
A vida prega estas peças na gente. A gente crê que seus entes queridos são seus. Não são. Eles só estão de passagem. E corram. Aproveitem cada segundo de quem vc gosta, porque Deus lhes concedeu esta dádiva divina por um tempo determinado.
É gozado falar de órfãos adultos. E do que sentimos. A maioria das pessoas tem muito pesar com crianças, jovens órfãos... Mas esquece que por sermos adultos isto não diminui nem aumenta a dor da perda . O sentimento é o mesmo.
Sabe o que é mais irônico disso tudo? Minha mãe e sua irmã (minha tia) morreram uma após a outra com apenas 2 meses de diferença. Uma sem saber da outra. E hoje com este liiiindo dia que invade de sol todas as frestas da minha casa nesta manhã deliciosa, com a brisa fria da Floresta da Tijuca, minha prima me lembrou da nossa perda.
Que contraste hein?! Sabe de uma coisa? Eu vou celebrar a vida.
Espero que vcs o façam tb. Porque ela é muito fugaz.
Um beijo grande e muito obrigada por me escutarem. Ana.
15 DE NOVEMBRO DE 2013 - ANA LUCIA SERPA BRAZ
AMORES DA VIDA
"Aprendi que Amores eternos podem acabar em uma noite.
Que grandes amigos podem se tornar grandes inimigos.
Que o amor sozinho não tem a força que imaginei.
Que ouvir os outros é o melhor remédio e o pior veneno,
Que a gente nunca conhece uma pessoa de verdade, afinal, gastamos uma vida inteira para conhecer a nós mesmos.
Que os poucos amigos que te apoiam na queda, são muito mais fortes do que os muitos que te empurram.
Que o "nunca mais" nunca se cumpre, que o "para sempre" sempre acaba. Que minha família com suas mil diferenças, está sempre aqui quando eu preciso.
Que ainda não inventaram nada melhor do que colo de Mãe desde que o mundo é mundo.
Que vou sempre me surpreender, seja com os outros ou comigo.
Que vou cair e levantar milhões de vezes, e ainda não vou ter aprendido TUDO."
Estamos aqui de passagem.
William Shakespeare
MATURIDADE
"A maturidade traz ganhos reais. A ansiedade diminui, a teatralidade também "(salvo erro! rsrsr)": já não vemos sentido em agradar a todos, a opinião alheia deixa de nos influenciar tanto.
Essa liberdade de ser quem realmente somos me parece o benefício maior - os jovens não percebem, mas sua liberdade é muito restrita São pressionados a fazer escolhas tidas como definitivas (casamento, filhos, profissão) e as dúvidas se amontoam.
A sociedade exige eficiência na condução deste script. Depois do 40, a boa notícia: que sociedade, que nada. Não é ela que banca as suas ideias. Não é ela que enxuga suas lágrimas. Não é ela que conhece suas carências. Você passa a ser dona do seu desejo.
Não é pouca coisa.
A segunda metade da vida trará vista cansada, um joelho menos confiável, um rosto não tão viçoso, umas manias bobas. mas o fato de já não haver tempo a desperdiçar nos torna mais focados e até mais aventureiros - pensar demais torna-se improducente.
Perder a ilusão da eternidade traz, sim, conquistas instantâneas. mas para isso, sim, é preciso ter cabeça boa, conhecimento e uma forte base moral e ética. E isso a gente adquire na primeira metade da vida - ou padeceremos na última."
2 de setembro de 2012 - Martha Medeiros
ESCULTURA
ESCULTURA
Estava eu lendo “A Graça da Coisa” de Martha Medeiros, quando me deparo com escultura. E como Michelangelo definiu –a para alguém, como o caso do seu “Davi”: “ É simples, basta pegar o martelo e o cinzel e tirar do mármore tudo o que não interessa”. E dessa forma genial ele explicou que escultura é a arte de retirar os excessos até que libertemos o que dentro se esconde.
Foi quando me dei conta dos meus excessos. E de quantos excessos venho acumulando ao longo de toda uma vida. E de quanto é necessário as vezes largar um pouco deste peso para ser mais livre, leve e des-cobrir mais e mais.
Sim, porque o ser humano nada mais é do que uma matéria bruta a ser esculpida. Quando pequenos, nossos pais começam o trabalho, nos esculpindo com valores, informações e formação para a vida que o tempo se encarrega de nos conduzir. Eles dão uma mãozinha ao tempo que o nosso escultor principal.
Uma coisa puxa a outra e lembro-me de uma frase da Fernanda Montenegro em que ela disse que não faria plástica porque tinha orgulho de suas rugas e marcas que a vida e o tempo lhe esculpiu. E fiquei completamente encantada com a forma libertária desta mulher de encarar a vida e a forma como o tempo lhe marcou. E mais: da alegria dela de viver e celebrar dia após dia todas as alegrias, estresses, lágrimas, decepções, sucessos e fracassos, filhos e netos e tudo que tem direito e se dá ao direito.
Se Michelangelo levou, como disse Martha Medeiros, três anos para terminar Davi, hoje exposto em Florença, na Itália. Nós pra chegarmos à um rascunho bem mais ou menos, levamos décadas, e na maioria das vezes uma vida inteira.
Quando jovens achamos que sabemos muito (arrogantemente falando), mas é este muito que deve ser desbastado pelo tempo até chegar ao cerne da nossa identidade. Isso pode ocorrer lá pelos 4.0 e muitos anos. É quando descobrimos que nada sabemos.
Amadurecer é passar por este processo de refinamento. Retirar as gorduras, os pesos desnecessários. Depurar o que realmente vale a pena. O verdadeiro sentido da vida. Aquilo que passamos a vida toda nos perguntando e muitos morremos sem saber.
Acredito que o quê de mais precioso revelamos ao nos des-cobrir com o tempo é o afeto, o amor e a generosidade. Que eu, você e todos nós sentimos com relação à nós e ao próximo.
E é o que de tanto o nosso mundo e o nosso Brasil precisa neste momento de tanta s perdas importantes na nossa sociedade. Uma boa noite amigos! E um bom ano 2014! Que Deus esteja conosco.
Ana Lucia Serpa Braz - dia 14 de fevereiro de 2014
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